3.1.04

UM GRANDE PROBLEMA
Políticos e design são como ovos e castanhas. Não têm nada em comum. Apesar de cada vez ser mais notado em Portugal , os políticos continuam a achá-lo uma coisa banal. Contudo, não o podem dizer alto porque soa mal, e ainda porque o usam para propósitos pessoais. Dão a mão aos designers gráficos quando é necessária uma imagem corporativa nova, mais moderna, diferenciada. Estes políticos só entendem o design como uma ferramenta pessoal.
O problema é que o design nunca foi assumido pelas instituições públicas - à excepção de algumas autónomas - como mais do que um produto cosmético, uma maquilhagem.
Bastantes políticos estão convencidos que existe uma maldade intrínseca no design que actua como técnica de enganar e acelerar o apetite consumista das massas, o que infelizmente por vezes é verdade.
Mas, no entanto, poucos, por vezes mesmo nenhum membro da administração soube sentir ou adivinhar que o design poderia ser algo mais que um eufemismo moderno para substituir palavras como organizar, preparar, programar e até pensar.
Eles apenas o utilizam para suas campanhas eleitorais ou estratégias económicas.
Desgraçadamente esta situação não irá mudar para melhor nas próximas eleições espero, no entanto, que também não mude para pior. Seguiremos ouvindo desvarios e incertezas, mas espero que, pelo menos, se fale de design, e quem sabe com o tempo, algum político, terá uma luz, e acreditará de verdade no design, e por iniciativa própria substituirá a sua cadeira simbólica em pele, por uma boa cadeira, sem que com isso se envergonhe, porque é essa cadeira que lhe serve devidamente e não a imagem que se tira da mesma.
Será que eles sabem que o design também serve para vender melhores produtos e melhor os produtos?
Haverá algum político no Governo que acredite que o design é cultura, que é beleza ou progresso?

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